terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Estúpidas bananas

Ando há dias para deixar aqui um post sobre a Popota e toda a irritante publicidade que tem girado à volta deste hipopótamo estúpido e cor-de-rosa. E prometi a mim mesma, qual resolução de ano Novo, que seria este fim-de-semana. No entanto, circunstâncias da época natalícia (como compras de última hora) fizeram-me adiar o tempo e a paciência para discorrer aqui sobre o bicho.

Entretanto outra ocorrência natalícia veio ocupar-me o espírito, e hoje de manhã é outra coisa que me irrita (embora ainda mude de canal assim que vejo a Sónia Araújo a falar de séniors...)

Bananas!

Passo a explicar o sucedido. Chego a casa e, antes de me deitar, decido ir trincar qualquer coisa. Há um mundo de doces e bolos na cozinha por onde escolher, mas como já estou enjoada de tudo isso, decido ir para... exacto: bananas! E lá vou eu comer uma banana antes de me deitar, com um cházinho preto a acompanhar. Má escolha, amiguinhos...

São 5 da manhã e acordo com pontadas no estômago, daquelas mesmo IRRITANTES! A custo e toda encolhida, lá me arrasto até ao sofá, onde fico semi-catatónica a ver "Asas nos pés" no AXN, aquela estúpida série de polícias que andavam de bicicleta nas praias, uma pobre imitação das Marés Vivas versão com pedais. Enfim, lá para as 6 da manhã o meu estômago decide que já chega, não aguenta a banana nem mais um segundo e toca de deitar tudo cá para fora. Isso mesmo, é madrugada de Natal e estou joelhada na sala a vomitar para um alguidar azul. A vomitar a banana... Foram alguns minutos de sofrimento, consegui até acordar toda a família com os meus esgares ruidosos. Por fim lá consegui acalmar o estômago em revolução e ficar, quietinha, no sofá a ver o CSI (entretanto os polícias de calções de lycra já tinham atropelado os mauzões todos).

E assim se passou mais uma noite de Natal. Da lareira não ouvi nenhuns ruídos, suponho portanto que o Pai Natal não existe, ou pelo menos não vai a casa das pessoas de madrugada. Ou pelo menos a casa das pessoas que vomitam bananas às 6 da manhã...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

(Not so) Merry Christmas!

Ai ai, chegou o natal! Que bom, que agradável, a alegria das crianças, a bondade, a partilha, a reunião de famílias...ou será que não?
Não se pode dizer que o natal me irrite, não é bem isso, o que me irrita e bastante é a época natalícia, o comportamento das pessoas, é simplesmente...vá...estúpido! Já foram certamente a um centro comercial em época de natal, e a minha pergunta é a seguinte: o desespero de oferecer algo inútil a alguém de que não se gosta é assim tanto para nos submetermos a tamanho sofrimento? Começa com a saga para encontrar um lugar no parque de estacionamento, que apesar de ter uns 5000 lugares, tem sempre uma fila interminável de carros à porta. Depois de sofrer uma meia hora a respirar aquele CO tão bom, lá encontramos um lugar a 3km da porta. Andamos, andamos, finalmente chegamos à parte interior do centro comercial, já com a paciência esgotada pelo parque de estacionamento. E agora começa a segunda melhor parte: o andar na multidão louca e desvairada, cheia de sacos a baterem em todos os cantos, levar com carrinhos de bebé em cima, criancinhas choronas, enquanto nos tentamos impotentemente desviar de elementos decorativos como árvores falsas e vasos gigantes. Entramos na loja pretendida, a confusão mantém-se, encontramos finalmente o que pretendemos comprar, e um passinho mais perto da insanidade, aguardamos na fila interminável para pagar. Passou uma hora, passam duas, três, as que forem necessárias para comprarmos tudo o que achamos necessário para os parentes e amigos mais próximos, e também para um grupo (demasiado) grande de pessoas que não nos interessam para nada mas a quem, pelas normas sociais vigentes, devemos tentar agradar. Finalmente, a tortura acabou, seguimos para o carro, na esperança de chegarmos a casa e recuperar a integridade mental. Mas não, ainda falta a parte de pagar o parque, sair de lá, enfrentar o trânsito caótico de fim de tarde...enfim...repete-se toda esta cena durante alguns dias, até finalmente conseguirmos comprar tudo para toda a gente e quando damos por nós estamos de carteira vazia e mais perto de um esgotamento nervoso do que alguma vez pensámos estar.
E então chega o dia! Véspera de natal! É hoje que tudo se compensa, vou ver a alegria estampada nos rostos dos meus amigos e familiares quando virem o presente fantástico que lhes comprei, receber também os meus presentes, coisas que me fazem falta e que vou adorar...pensando bem todo o sofrimento é recompensado neste dia, não foi tão mau assim!............Chega a hora de abrir os presentes, distribuimos os nossos e as coisas começam a desmoronar-se à medida que recebemos reacções do género: "Ah...que bom.......era mesmo isto que eu queria, mas sabes....já tenho um" ou "Pois, mas não era bem isto que eu tinha pedido...não havia em azul?" ou ainda, e na minha opinião a pior, "Para que é que compraste mais lixo cá para casa?"...Ai, ai, a família é uma coisa bonita....Mas nem tudo está perdido, ainda falta abrir os nossos presentes! Agora sim, vai ser a parte boa! Abrimos os dois ou três primeiros, que realmente são coisas que queriamos, ficamos todos contentes, mas ainda faltam uns 20 embrulhos pequeninos, lembranças enviadas por tias afastadas, tão bom! Surpresas! Começamos a abrir, "Ena, umas meias quentinhas....que bom", próximo, "Uma caixa de chocolates, que fixe! (pena não gostar desta marca e estarem fora de prazo...)", e desilusão atrás de desilusão, chegamos ao último, que abrimos já sem entusiasmo e com algum desespero, e quando olhamos para dentro do embrulho, a única reacção possível é: "WOO-HOO!!! Mais uma caneta em madeira com o meu nome gravado em dourado!! Obrigado Tia!!!"
Ainda bem que para o ano há mais!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Bom começo

Olha cara colega que melhor maneira de começar um blog não há! É sempre vital este tipo de informação, não vá surgir à nossa frente um destes personagens numa noite de sábado. E há sempre a possibilidade de sermos nós mesmos um destes personagens... Mas nesse caso também dá imenso jeito ter estas pérolas de sabedoria em mente, para sabermos que não se levam guitarras imaginárias para bares, e que dançar à lá picareta já não está na moda!

Por isso minha gente, vamos lá a aprender a comportar nas discotecas e sítios afins! Porque o anúncio da Bacardi está errado, muuuito errado! There is, indeed, such thing as BAD DANCING! E anda por aí, a espalhar-se, qual virose. Depois se a apanhamos é o cabo dos trabalhos e ficamos com a febre de sábado à noite! Hehe! Que associação genial esta hein?

I (don't) feel like dancing!

Ok, primeiro texto do blog, e confesso que foi esta a situação que me inspirou para a criação deste cantinho satirizante do mundo.
Já alguma vez foram a uma discoteca e permaneceram lá sóbrios a observar as vistas? Não sei a resposta, mas eu posso dizer que já fiz isso, e tenho a dizer que possivelmente não há coisa mais deprimente. A minha experiência foi no Hard Rock de Lisboa, que apesar de não ser bem uma discoteca...enfim, tem música alta, luzes psicadélicas e pessoas (?) a dançarem (?). E tenho a dizer, pela minha observação, que se podem encontrar diversas personagens a um sabádo à noite no HR:

  • Estrangeiras badalhocas. Estas estão presentes em grande número, afinal não há nada a criticar, o HR é um restaurante conhecido internacionalmente, serve boa comida, para os estrangeiros até deve ser relativamente barata, até aqui compreendo a sua presença neste local. O que eu não compreendo, é o facto destas pessoas parecerem nunca ter bebido álcool na vida! Qual a idade limite para deixarem de se comportarem como adolescentes quando bebem? É que a parte de dançarem no meio da multidão ainda é desculpável, agora subirem para o palco, desvairadas, em grupo, descalças, meias de renda, vestidos de seda sem alças, um mamilo a espreitar aqui e ali e a dançarem o YMCA...epá, já é demais...o que diriam os vossos papás se vos vissem a exibirem-se dessa maneira para latinos de bigodaça, num dos países menos desenvolvidos da Europa, hein? Ganhem juízo meninas!
  • Gajo que nunca devia tentar dançar. Confesso que quando vi as estrangeiras no palco, pensei que o grau de pessoas humilhadas naqueles escassos metros quadrados não podia aumentar mais, mas enganei-me. Enquanto elas dançavam (agora não o YMCA, mas outra coisa qualquer) surge um parolo qualquer que começa a dançar com uma delas, e podemos chamar-lhe parolo-árvore. Isto porque quando começou a dançar os pés dele ganharam raízes, e não descolaram mais do chão. Ele bem tentava fazer um "swing" com a zona pélvica, um dobrar sexy dos joelhos, com cara de quem sabia muito bem o que fazia, mas apesar de todos os esforços, aquilo que aquele sujeito apresentou como dança...pois, não o era...
  • Gaja que nunca devia tentar dançar. Esta é a versão feminina da personagem anterior. Observei vários exemplos naquela noite, mas os melhores foram uma jovenzita, uns 30 e qualquer coisa anitos, solteira de certeza, um bundão maior que o carro que está lá pendurado, acompanhada de uma amiga, já não tão jovem, na casa dos 40, com 1,30m de altura e assim muito roliça, para não dizer gorda. Este duo quase que me meteu pena, porque não conseguiram dançar com mais ninguém a noite toda senão uma com a outra. A mais novita bem se abanava toda, completamente fora do ritmo, só tinha uma mudança, parecia uma picareta, fosse qual fosse a música, dançava sempre da mesma maneira. A mais velha tinha um pouco mais de noção de ritmo, mas a dança também era sempre igual, bracinhos pa cima e dança do ventre (pena que como a senhora tinha um pouco de simetria esférica não dava para perceber bem onde estava o ventre). Estas coitaditas, entraram solteiras e solteiras saíram...
  • O guitarrista. Esta é uma personagem rara, não se pode encontrar em qualquer discoteca, apenas naquelas com música rock, como o HR, 2001, etc. Bem, este era um senhor que quando era pequenino sonhava em ser guitarrista. Obviamente os pais nunca alimentaram esse sonho, nem sequer lhe ofereceram uma guitarra, pelo que ele imaginou uma, e tornou-se um verdadeiro profissional. Naquela noite levou a sua guitarra imaginária para a rua, e decidiu acompanhar as músicas que tocavam no HR com acordes de sua autoria, e com boa voz também (pena não se ouvir ao longe), de joelhos no chão, com movimentos bruscos...enfim, o Angus Young português, sem dúvida...um talento perdido.

Quando achámos que já tínhamos visto demais, decidimos pagar e sair, porque afinal todos temos um limite para a quantidade de decadência que podemos absorver numa noite...

Bêbados em discotecas...não m'irritem!