terça-feira, 11 de dezembro de 2007

I (don't) feel like dancing!

Ok, primeiro texto do blog, e confesso que foi esta a situação que me inspirou para a criação deste cantinho satirizante do mundo.
Já alguma vez foram a uma discoteca e permaneceram lá sóbrios a observar as vistas? Não sei a resposta, mas eu posso dizer que já fiz isso, e tenho a dizer que possivelmente não há coisa mais deprimente. A minha experiência foi no Hard Rock de Lisboa, que apesar de não ser bem uma discoteca...enfim, tem música alta, luzes psicadélicas e pessoas (?) a dançarem (?). E tenho a dizer, pela minha observação, que se podem encontrar diversas personagens a um sabádo à noite no HR:

  • Estrangeiras badalhocas. Estas estão presentes em grande número, afinal não há nada a criticar, o HR é um restaurante conhecido internacionalmente, serve boa comida, para os estrangeiros até deve ser relativamente barata, até aqui compreendo a sua presença neste local. O que eu não compreendo, é o facto destas pessoas parecerem nunca ter bebido álcool na vida! Qual a idade limite para deixarem de se comportarem como adolescentes quando bebem? É que a parte de dançarem no meio da multidão ainda é desculpável, agora subirem para o palco, desvairadas, em grupo, descalças, meias de renda, vestidos de seda sem alças, um mamilo a espreitar aqui e ali e a dançarem o YMCA...epá, já é demais...o que diriam os vossos papás se vos vissem a exibirem-se dessa maneira para latinos de bigodaça, num dos países menos desenvolvidos da Europa, hein? Ganhem juízo meninas!
  • Gajo que nunca devia tentar dançar. Confesso que quando vi as estrangeiras no palco, pensei que o grau de pessoas humilhadas naqueles escassos metros quadrados não podia aumentar mais, mas enganei-me. Enquanto elas dançavam (agora não o YMCA, mas outra coisa qualquer) surge um parolo qualquer que começa a dançar com uma delas, e podemos chamar-lhe parolo-árvore. Isto porque quando começou a dançar os pés dele ganharam raízes, e não descolaram mais do chão. Ele bem tentava fazer um "swing" com a zona pélvica, um dobrar sexy dos joelhos, com cara de quem sabia muito bem o que fazia, mas apesar de todos os esforços, aquilo que aquele sujeito apresentou como dança...pois, não o era...
  • Gaja que nunca devia tentar dançar. Esta é a versão feminina da personagem anterior. Observei vários exemplos naquela noite, mas os melhores foram uma jovenzita, uns 30 e qualquer coisa anitos, solteira de certeza, um bundão maior que o carro que está lá pendurado, acompanhada de uma amiga, já não tão jovem, na casa dos 40, com 1,30m de altura e assim muito roliça, para não dizer gorda. Este duo quase que me meteu pena, porque não conseguiram dançar com mais ninguém a noite toda senão uma com a outra. A mais novita bem se abanava toda, completamente fora do ritmo, só tinha uma mudança, parecia uma picareta, fosse qual fosse a música, dançava sempre da mesma maneira. A mais velha tinha um pouco mais de noção de ritmo, mas a dança também era sempre igual, bracinhos pa cima e dança do ventre (pena que como a senhora tinha um pouco de simetria esférica não dava para perceber bem onde estava o ventre). Estas coitaditas, entraram solteiras e solteiras saíram...
  • O guitarrista. Esta é uma personagem rara, não se pode encontrar em qualquer discoteca, apenas naquelas com música rock, como o HR, 2001, etc. Bem, este era um senhor que quando era pequenino sonhava em ser guitarrista. Obviamente os pais nunca alimentaram esse sonho, nem sequer lhe ofereceram uma guitarra, pelo que ele imaginou uma, e tornou-se um verdadeiro profissional. Naquela noite levou a sua guitarra imaginária para a rua, e decidiu acompanhar as músicas que tocavam no HR com acordes de sua autoria, e com boa voz também (pena não se ouvir ao longe), de joelhos no chão, com movimentos bruscos...enfim, o Angus Young português, sem dúvida...um talento perdido.

Quando achámos que já tínhamos visto demais, decidimos pagar e sair, porque afinal todos temos um limite para a quantidade de decadência que podemos absorver numa noite...

Bêbados em discotecas...não m'irritem!


1 comentário:

Anónimo disse...

lol por acaso, vejo-me no guitarrista.. os meus pais nunca me deram a tão desejada guitarra, nem nunca aprendi a tocar, mas quando entro no 2001 sou um às da guitarra, faço solos incríveis =)